segunda-feira, 2 de novembro de 2009

HOUSE ORGAN

Os velhos house organs, mini-jornais ou informativos internos, cedem a vez aos formatos eletrônicos, como era de se esperar. Através da intra ou internet é perfeitamente possível interagir com o público interno ou externo com informações e serviços com maior resultado que anteriormente.

Essa constatação não é nova, mas apesar disso ainda se aposta nos formatos que derivam da nossa já tão escassa vegetação. Desperdício em todos os âmbitos. Nem é preciso reunir estatísticas que fundamentem a argumentação. Basta testificar através do nosso dia-a-dia.

Quem, por exemplo, consegue ler todos folders enviados anexos aos boletos de cobrança do cartão de crédito, que mensalmente enchem nossas escrivaninhas? Seguramente poucos fazem isso. Mas se as informações vierem por e-mail, as chances de serem desprezadas serão bem menores, exceto se forem mensagens indesejáveis.

Os jornais eletrônicos, internos ou externos, são tendências inevitáveis e já tardias. Empresas que já investem no recurso têm colhido bons resultados. A boataria, por exemplo, costuma incomodar altos escalões de uma instituição, principalmente quando o caráter dos comentários é infundado.

Demissões, mudança de diretoria, crise financeira e falência são algumas das conseqüências da ausência de um sistema de comunicação realmente eficiente. A melhor maneira de evitar que um assunto de evidente interesse interno e externo seja mal propagado é antecipá-lo, mesmo porque a fofoca negativa não cria expectativas ruins entre funcionários como também assusta eventuais investidores.

Muitas empresas, até de médio e grande porte, não têm publicações internas nem externas ou se as têm praticam de modo não funcional e muito precariamente. São executivos que ainda acreditam que a informação é um privilégio dos altos escalões. Grande equívoco!

Faxineiros, operários, balconistas, atendentes, motoristas e toda sorte de profissionais que compõem a base de uma organização pública ou privada são verdadeiros detentores e potenciais propagadores de informação. Se uma empresa ou instituição não gosta de cair negativamente na mídia ou na boca do seu público a primeira coisa a fazer é contratar boa equipe de marketing (jornalistas, publicitários e relações públicas). A segunda coisa a fazer é elaborar um funcional portal eletrônico com acessibilidade ao ambiente interno e externo.

É redundante, mas é preciso dizer que as informações internas precisam interessar ao público interno. Significa dizer que não adianta publicar que o diretor tal viajou à Alemanha para conhecer novas técnicas de otimização do setor econômico para o ano seguinte. O assunto só será lido e difundido se a viagem implicar em futuros investimentos que resultarão em melhorias positivas no plano de carreira, aumento salarial ou conquistas de vantagens para o trabalhador.

Muitas vezes o assunto mais destacado - interessante ao setor executivo que propriamente à base da organização - traz embutido uma informação secundária não explorada devidamente. Prevalece a ótica do chefe no informativo e as opiniões técnicas dos verdadeiros especialistas são desprezadas. Perde-se tempo e os investimentos na mão-de-obra do marketing terminam por não se justificar.

O mesmo se diz do informativo externo. As informações para o público interno muitas vezes não interessam ao cliente ou ao contribuinte. Porém, caso o assunto interno resulte em melhorias no atendimento ou serviço público, naturalmente este aspecto precisa ser considerado.

Enfim, o que vai importar na felicidade da criação de um material serão a qualidade e a quantidade da equipe de marketing. Qualidade é igual a profissionais experimentados e dedicados, já quantidade é igual a gente suficiente para elaboração das peças adequadas, ou seja, jornalista escrevendo, fotógrafo fotografando e diagramador diagramando. Exigir que um só profissional faça tudo é pedir demais.

Um comentário:

  1. Muito bem Jornalista Antônio Cassimiro! Os anos de experiência advindos de um banco de faculdade não podem ser desprezados!!! Sou marido de Jornalista e comungo com a idéia de que o profissional recebe o preparo para produzir comunicação de verdade é na Academia e não porque tem um vozeirão, ou se expressa bem!!! Parabéns!!!

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