terça-feira, 6 de outubro de 2009

CRISE E SUAS INTERPRETAÇÕES



Crise vem de kir ou krt que significa limpar e purificar. Daí deriva a palavra crisol, elemento químico purificador do ouro e outros metais. Por outro lado, acrisolar quer dizer depurar, purificar, acendrar: “acrisolar a inteligência na reflexão”. Entre os inúmeros significados, a palavra vem sendo mais comumente empregada para situações de conflitos familiares (“família ou casamento em crise”), para descrever um problema de saúde (“crise de nervos”), de ordem econômica (“crise financeira”) ou administrativa (“crise política”).

Crise pode ser descrita como um evento não imaginado para o qual não há estratégia planejada de articulação. Considera-se crise todo o incidente ou situação crucial não rotineira, que pede uma resposta especial em razão da possibilidade de agravamento conjuntural. Não é tarefa fácil prever uma crise e estabelecer métodos para gerenciá-la. Mas é possível eliminá-la antes que venha a se desencadear, de modo que se torne nula. O problema é fazer valer a vontade de combatê-la.

Muitos assessores de imprensa certamente já ouviram questionamentos sobre a conduta de jornalistas na exploração de situações de crise. Por que a expressão “crise anunciada” só é dita com veemência na imprensa após sua ocorrência? Por que os jornalistas não são tão vorazes no anúncio da possível crise como são na exploração do fato negativo, que posteriormente passa a ser intitulado “crise anunciada”?

Na verdade, não são os jornalistas que querem espetacularizar a crise e que desprezam as pautas sobre as possibilidades delas ocorrerem. Na verdade, são as pessoas envolvidas com a crise que não dão importância para o que a imprensa adverte. São essas mesmas pessoas que, invariavelmente, não ouvem sequer suas próprias assessorias e as culpam pela “incapacidade” de administrar a crise em que se meteram. São essas “vítimas” que se manifestam contra o trabalho da imprensa e que depois vêem sua reputação virar fuligem de um incêndio perfeitamente previsível.

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