quarta-feira, 28 de outubro de 2009

O PRESS RELEASE

Os press releases, como o próprio nome diz, são peças jornalísticas produzidas para órgãos de comunicação, que podem aproveitá-los da maneira que julgar conveniente. Funcionam, essencialmente, como mero instrutor de pautas. Dependendo do conteúdo, o material produzido resulta em boas reportagens. Os releases devem primar pela informação concisa e precisa sobre os fatos pertinentes à empresa ou repartição. Quanto mais detalhado for, mais facilitará o trabalho dos jornalistas.

Precisam conter dados sobre valores, datas, previsões, mas não se deve esquecer que as informações geralmente são checadas e que, portanto, não podem conter equívocos ou exageros. É claro que, já no lead (primeiro parágrafo), o release responda as tradicionais perguntas: Que? Quem? Quando? Onde? Como? Por que?

Para elaborar um release padrão, algumas dicas devem ser seguidas:

- Os títulos devem ter, no máximo, seis palavras, com um verbo indicando ação. Não adianta encher o release de adjetivos porque geralmente serão desprezados. Caso prevaleçam os adjetivos, quando publicado, o release terá formato cansativo, tornando desinteressante sua leitura;

- Para que o material se torne mais atrativo, o ideal é que o assessor o elabore como se fosse um jornalista de fora da assessoria. Apresenta-se, dessa forma, uma visão exterior dos fatos, para que possam ser compreendidos de maneira mais ampla e confiável externamente;

- Siglas devem ser identificadas; fora do espaço original do texto, pode-se indicar o nome, cargo e telefone de quem está autorizado e orientado a dar mais informações sobre o assunto enfocado;

- Sugestões de legendas para fotos podem ser escritas no próprio release, com o crédito ao fotógrafo;

- Nomes de autoridades e seus cargos devem ser mencionados por completo;

- E vez de usar os termos “ontem”, “hoje”, “amanhã” usa-se “nesta quarta ou sexta-feira” e, entre parênteses, o dia a que se refere, a fim de evitar confusões na interpretação.

Habitualmente, as assessorias de comunicações adotam convenções características das próprias redações. Compilando orientações constantes de alguns desses manuais, sugerem-se algumas normas:

TÍTULOS - Os verbos deve estar sempre no presente e na voz ativa, em “caixa baixa” (maiúscula somente no início e em nomes próprios), sem artigos no início e separações silábicas, sem pontuações internas e no final, bem como evita-se gerúndios e particípios;

TEXTO - Emprega-se a ordem direta (sujeito, verbo, complemento) e evita-se formas negativas, piadas e trocadilhos, jogos de palavras e repetições, abreviaturas, “chavões”, rimas, palavras ambíguas (de duplo sentido), pronomes oblíquos (me, mim, migo, nos, nosco, te, ti, tigo, vos, vosco, o, a, lhe, se, si, sigo, os, as, lhes);

OCUPAÇÕES - Pessoas mencionadas nos textos devem ser informadas antes dos nomes. São grafadas com a inicial em minúscula (exemplos: presidente, governador, prefeito, secretário, diretor, papa, cardeal);

VERBOS - Afirmar, alertar, anunciar, apontar, citar, concordar, considerar, declarar, destacar, dizer, esclarecer, explicar, expor, lembrar, mencionar, propor, ressaltar, salientar e expressões de linguagem (conforme, para, de acordo com, segundo, na opinião de...) devem ser utilizados para introduzir declarações, textuais ou não, na matéria.

ENTRETÍTULOS OU INTERTÍTULOS - Servem para dar uma pausa no texto, reforçando algum aspecto que será tratado a seguir. O ideal é que sejam usados a cada 25 ou 30 linhas. Portanto, sua utilização não é freqüente em assessorias de comunicação, restringindo-se aos textos com mais de uma lauda. Nestes casos, a forma adotada deverá ser a mais comum na imprensa a que o material se destina.

DATAS - Usa-se dia em algarismos arábicos, mês por extenso e ano em algarismos (exemplo: 17 de setembro de 1998);

MOEDAS - Com símbolos em reais, escreve-se o valor como ele se apresenta (exemplo: R$ 20,00; R$ 31,15; R$ 289,20). Quando se tratar apenas de centavos, utiliza-se o número em algarismo e os centavos por extenso (R$ 0,20 - 20 centavos). Em cifras redondas, os zeros são substituídos por mil ou milhão ou milhões (R$100 mil, R$ 1 milhão, R$ 10 milhões). Em cifras quebradas, os algarismos podem ser arábicos (R$102.473,22) ou arredondados (R$ 102 mil ou “quase R$ 103 mil” ou “mais de R$ 100 mil”). Pode-se, ainda, fazer abreviações (R$ 1.500,00 - R$ 1,5 mil ou R$ 4.800.000,00 - R$ 4,8 milhões ou R$ 1.400.000,00 - R$ 1,4 milhão). Para moedas estrangeiras, a prática normal é escrever na forma mista: US$ 40,000 - 40 mil dólares;

HORÁRIOS - Quando mencionado a primeira vez no texto, horas exatas devem ser escritas normalmente (ex. 10 horas). Na segunda vez que aparecer no texto, convém abreviar o horário (10h). Quando se tratar de horário não exato, usa-se, por exempo, 10h15. No entanto, para o registro de uma marca de uma competição, deve-se agir como no exemplo “completou a maratona em 2h55min12s”. Algumas redações abreviam horas e minutos, por exemplo “16:45h”. Há exceções quando se fala de intervalos de tempo. Por exemplo, “o encontro durou três horas e 15 minutos”;

NÚMEROS - 0 a 10 são grafados por extenso (zero, três etc.). Os demais algarismos são escritos na forma arábica (17, 18, 345). A exceção é para os números 100, 1.000, 1.000.000,00 , que são grafados por extenso (cem, um mil ou mil, um milhão etc.). Para números redondos se usa a forma mista (5 mil pessoas). Para números quebrados, utiliza-se algarismos arábicos. Exemplo: “11.302 pagantes”. Os números romanos são usados para títulos, como reis, papas (exemplo: João Paulo II). Já para séculos, aplica-se a grafia por extenso (século XX - século 20). As frações são escritas por extenso (meio, dois terços). Pesos e medidas têm seus números em algarismos e os símbolos por extenso (30 km - 30 quilômetros). Para escrever uma porcentagem, escreve-se o número em algarismo e o sinal como ele se apresenta (40% - 40%). Há algumas situações em que são permitidas as grafias das porcentagens por extenso. Exemplo: “Vinte por cento da população está inadimplente”;

SIGLAS - Quando aparecer pela primeira vez no texto, siglas devem ser escritas por extenso e com a sigla entre parênteses. Exemplo: “A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp)”; com até três letras: todas em “caixa alta”, sem ponto (CUT, CIA, PUC, USP, ONU); com mais de três letras, lidas uma a uma, escreve-se todas em “caixa alta”, sem ponto (FGTS, RFFSA); com mais de três letras, pronunciada como uma palavra, escreve-se apenas a inicial em “caixa alta”, sem ponto (Unicamp, Petrobrás).

OUTRAS DICAS:

Nunca devem ser utilizadas formas como “senhor”, “dona” ou “seu” para anunciar alguém no texto, exceto se forem personagens que ficaram conhecidos por essa forma de tratamento. Da mesma forma, médicos, engenheiros, advogados e outros não devem ser chamados de “doutores”. Quando mencionados pela primeira vez no texto, os nomes devem aparecer por extenso e precedidos das respectivas ocupações. Após ser citado pela primeira vez, pode-se fazer referência à pessoa usando sua qualificação principal, ou prenome ou somente o sobrenome, (dependendo de qual for o mais conhecido pelo público).

Um comentário:

  1. Muito bom este material! Estou estudando para concurso e acabo de usar este resumão para refrescar o conhecimento a respeito do tema. Parabéns e obrigada!

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